Em crise com o governo, Alcolumbre sobe o tom contra críticas: 'É inacreditável a capacidade das pessoas de mentir'

Alcolumbre diz que Gilmar Mendes tenta usurpar funções ao limitar impeachment no STF O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reagiu nesta quarta-...

Em crise com o governo, Alcolumbre sobe o tom contra críticas: 'É inacreditável a capacidade das pessoas de mentir'
Em crise com o governo, Alcolumbre sobe o tom contra críticas: 'É inacreditável a capacidade das pessoas de mentir' (Foto: Reprodução)

Alcolumbre diz que Gilmar Mendes tenta usurpar funções ao limitar impeachment no STF O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reagiu nesta quarta-feira (3) às críticas de que estaria tentando usurpar prerrogativas do presidente da República ao definir o ritmo da sabatina de Messias, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). No plenário, Alcolumbre afirmou ser “inacreditável a capacidade das pessoas de mentir” sobre o papel do Senado no processo de indicação. “Algumas autoridades insistem em dizer que o presidente do Senado está usurpando as prerrogativas do presidente quando quer indicar uma vaga para o Supremo. É inacreditável a capacidade das pessoas de mentir em relação a decisões institucionais tomadas por chefes de poder”, disse. 'Cada um cumpra suas obrigações' Alcolumbre explicou que a indicação para o STF é um “ato jurídico-administrativo complexo”, que envolve etapas previstas na Constituição e exige participação do Senado. “O presidente tem a prerrogativa de indicar; o Senado tem que sabatinar e votar e aí sim referendar, sim ou não, no voto secreto”, afirmou. “O que vem para o Senado não é o ato de nomeação, é uma mensagem, com documentos necessários para instrução da comissão, designação de relator, vista coletiva e votação conjunta.” Crítica ao envio incompleto da mensagem presidencial O presidente do Senado relatou que houve falha no envio da documentação necessária. “Tomamos uma decisão institucional que nos cabe. [...] E o que nós fomos surpreendidos nos 10 dias? Que o Diário Oficial saiu e a mensagem não”, afirmou. Segundo ele, passou a circular a ideia de que poderia “autuar o Diário Oficial” e enviar diretamente o processo à CCJ. “Eu ouvi muita gente falando isso”, disse. O senador também recordou sua atuação em 2019 e 2020, quando presidiu o Senado e segurou pedidos de CPI para investigar o Supremo. “O respeito institucional do presidente Davi Alcolumbre em relação ao Supremo não será de duas horas de manifestação aqui”, declarou. “Passei um ano sendo agredido, ofendido e atacado todos os dias porque eu não abri a CPI da Lava-Toga.” Críticas aos poderes Ele cobrou reciprocidade do Judiciário e do Executivo no trato institucional. “O que eu queria, de todos os poderes, era que tratassem da mesma maneira como eu trato os outros: sem agressões infundadas, sem ataques e sem ofensas”, disse. Segundo ele, muitas vezes essa postura “não é retribuída”. Clima eleitoral permanente No final do discurso, Alcolumbre também criticou o que chamou de “terceiro turno permanente” no país. “Chega, ninguém aguenta. Estamos vivendo o terceiro turno, quarto turno, quinto turno das eleições”, afirmou. “Toda vez que buscamos uma pauta de Brasil, sempre tem alguém pensando na eleição. Deixa a eleição para o ano que vem.”