Filha de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio diz que indenização não é suficiente: ‘Não vai trazer meu pai de volta’
Família de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio em UPA Lídia Lapa da Rocha, filha do pastor que morreu após ser atingido...
Família de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio em UPA Lídia Lapa da Rocha, filha do pastor que morreu após ser atingido na cabeça por um cilindro de oxigênio em uma UPA, disse que a indenização determinada pela Justiça não é suficiente. Quase um ano após o acidente, o município de Anápolis foi condenado a indenizar a família de Domingos Lapa da Rocha em R$ 60 mil por danos morais. "O valor da indenização não vai trazer meu pai de volta, não vai trazer o avô, o marido, o pastor de volta", desabafou em entrevista ao g1. O g1 procurou a Prefeitura de Anápolis para um posicionamento, mas não teve retorno até a última a última atualização desta reportagem. À TV Anhanguera, a assessoria informou que ainda não havia sido intimada da decisão. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no WhatsApp O pedido inicial da família para a indenização era no valor de R$ 91 mil. De acordo com Lídia, ela e os irmãos decidiram mover a ação contra o município "para isso não acontecer com outra família", já que o impacto da morte do pai ainda tem reflexos. Pastor morreu após cilíndro cair na cabeça, em Goiás Reprodução/TV Anhanguera "Eu acompanhei meu pai do começo ao fim. Estou fazendo tratamento psicológico, tomando remédio para ansiedade, perdi meu emprego, meu pai era minha rede de apoio", relatou. LEIA TAMBÉM: CILINDRO NA CABEÇA: Pastor morre após ser atingido por cilindro de oxigênio em unidade de saúde em Anápolis INDENIZAÇÃO: Família de pastor que morreu após ser atingido na cabeça por cilindro de oxigênio em UPA deve ser indenizada em R$ 60 mil Mãe de duas crianças e missionária: saiba quem era a mulher que morreu em acidente quando viajava com marido e filhos Segundo ela, uma de suas irmãs terá que fazer um acompanhamento detalhado porque ainda está muito abalada pela morte do pai e uma tia ainda está "transtornada" porque o pastor era "a base da família". Ao g1, o advogado da família, Misael Malagoli, informou que apesar de achar que o valor da indenização foi insuficiente, a família ainda deve se reunir para decidir se vai recorrer da decisão. Indenização Na decisão, o juiz Gabriel Lisboa Silva e Dias Ferreira determinou o pagamento de R$ 12 mil para cinco familiares do pastor, a esposa os quatro filhos do casal. No texto, ele considera a gravidade da falha com o equipamento hospitalar e a contribuição indireta para o óbito que o acidente causou. "O dano moral neste caso é reflexo (ou por ricochete), atingindo os familiares em virtude da dor e angústia vivenciadas pela perda do familiar e pela forma como essa perda foi acelerada por um ato que configura falha no dever de cuidado do Estado", diz o texto. De acordo com o trecho do laudo publicado na decisão, a lesão provocada pelo cilindro foi um fator complicador, apesar de não ter relação direta com o óbito. "Configura falha grave na prestação do serviço público de saúde, caracterizando situação análoga ao erro médico e ensejando a obrigação de indenizar, independentemente da demonstração de culpa.", determina o juiz. Cilindro na cabeça O pastor Domingos Lapa da Rocha deu entrada na UPA Alair Mafra com queixas de febre, dificuldade para respirar e outros sintomas. De acordo com nota da unidade na época, ele estava estado grave, apresentando pneumonia e anemia crônica. Pastor de 66 anos morreu após ser atingido por um cilindro de oxigênio, em Anápolis Arquivo pessoal/Lídia Lapa da Rocha Enquanto era levado para um exame de radiografia na unidade, um cilindro de oxigênio de 3 kg caiu sobre o rosto dele. "O maqueiro não deitou o cilindro entre as pernas do meu pai, deixou o cilindro em pé, vindo a cair na cabeça do meu pai”, mencionou Lídia em entrevista para a repórter Yanca Cristina. Segundo ela, Domingos teve confusão mental, uma tomografia constatou um trauma (coágulo) e o médico teria dito que seria absorvido pelo organismo. Após o acidente, o pastor foi transferido para o Hospital Municipal Alfredo Abrahão e faleceu 12 dias depois. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde disse que a equipe de transição da atual gestão havia detectado fragilidades nas práticas de segurança do paciente na rede pública do município. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás