Haddad diz que governo segue trabalhando em garantias para empréstimo aos Correios, mas não descarta aporte direto do Tesouro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo segue trabalhando para viabilizar garantias financeiras do Tesouro Naciona...

Haddad diz que governo segue trabalhando em garantias para empréstimo aos Correios, mas não descarta aporte direto do Tesouro
Haddad diz que governo segue trabalhando em garantias para empréstimo aos Correios, mas não descarta aporte direto do Tesouro (Foto: Reprodução)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo segue trabalhando para viabilizar garantias financeiras do Tesouro Nacional para um empréstimo de um consórcio de bancos aos Correios, que passam por sérias dificuldades financeiras, mediante a apresentação de um plano de restruturação pela estatal. Em entrevista a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda, entretanto, ele não descartou a possibilidade de um aporte direto de recursos públicos na empresa estatal, no caso de as condições do empréstimo bancário não serem aceitas pelos bancos. Os Correios registraram um prejuízo de R$ 6 bilhões no acumulado deste ano, até setembro. Este é o 13º trimestre consecutivo de prejuízo da empresa desde o 4º trimestre de 2022. O prejuízo acumulado no primeiro semestre havia sido de R$ 4,36 bilhões. A estatal está negociando um empréstimo com um consórcio de bancos, com aval do Tesouro. "Temos dois caminhos, um caminho é um aporte que pode se tornar necessário se não chegamos a um acordo com o 'pool' [consórcio] de bancos que vai financiar a restruturação da companhia. Não vamos ficar com a faca no pescoço por conta de uma incompreensão de uma instituição financeira", declarou o ministro da Fazenda. Puxado pelos Correios, rombo de estatais soma R$ 6,35 bilhões e se aproxima de recorde histórico No caso de um aporte direto do Tesouro Nacional, o ministro afirmou que o governo entraria com os recursos dentro dos limites do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas. "Estamos pensando em fazer aporte, se necessário, pelo arcabouço. Temos margem nesse ano e poderíamos fazer", explicou. Se necessário fazer um aporte direto, Haddad afirmou que seria necessário aprovar um projeto de lei sobre o assunto. Entretanto, ele reafirmou que o plano principal é viabilizar a garantia do Tesouro Nacional para os bancos realizarem o empréstimo aos Correios, mediante a apresentação de um plano de restruturação pela estatal. "Não é o que está no radar nesse momento [aporte direto do Tesouro Nacional], uma vez que têm havido conversas que avançaram. O que a gente quer é um aval do tesouro mediante um plano de restruturação serio. Não queremos ter de novo uma surpresa, e a companhia esta apresentando um plano de trabalho de pagar o empréstimo", acrescentou Fernando Haddad. Sem privatização O ministro Haddad negou que o governo considere a possibilidade de privatizar os Correios, conforme o plano do governo anterior, capitaneado pelo seu antecessor na pasta, Paulo Guedes. Segundo o ministro, a estatal deve começar a ofertar serviços financeiros, como seguros e previdência, para melhorar seus resultados. "Ele [Guedes] teve quatro anos para fazer, e só acumulou divida de precatórios e tudo mais. O serviço postal universal, você garantir que uma carta chegue a qualquer ponto do país, do território, é uma atividade que custa. Ela efetivamente não se paga. O mundo inteiro encontrou uma equação para viabilizar o serviço postal universal, sem privatizar. Você quebrou o monopólio na maior parte do mundo, ainda tem em alguns países", declarou o ministro.